sábado, 4 de agosto de 2007

Relato D3: La Paz - Tiwanaku

Acordamos meio tarde (09:00), pois estávamos cansados. O café no hotel é bem gostoso, eles têm uns pães muito bons. O desajuño padrão nos hotéis é o Continental, consiste em pão, manteiga, geléia, café/leite/chá e um copo de suco de laranja. Fomos procurar o escritório do Club Andino Boliviano, que administra a estação de esqui do Chacaltaya e fica bem em frente ao hotel, mas eles não abrem de fim de semana (era sábado). Então fomos ao El Prado e tomamos um taxi. A idéia era ir de taxi até o cemitério, de onde saem vans e minibus pra Tiwanaku, que fica a uns 80 km de La Paz. Porém o motorista nos disse que nos fins de semana é mais difícil arranjar ônibus e ofereceu nos levar por B$300, que eu baixei pra B$200, e assim ficou. Pelo menos ganharíamos em tempo e comodidade. O motorista (Freddy) foi praticamente um guia, nos mostrava e explicava as coisas. Depois de quase uma hora por uma belíssima estrada, chegamos a Tiwanaku (ou Tiahuanaco, como alguns preferem).

Eu já tinha lido algo sobre a civilização Tiwanaku, e é algo realmente impressionante. Eles dominaram os arredores do lago Titicaca muito antes dos incas, e tinham técnicas de construção e agricultura bem avançados - mais até do que os usados hoje em dia. Muitas pessoas se impressionam com as técnicas incas de encaixe de pedras em grandes estruturas, mas não sabem que existem exemplares desse tipo de construção muito anteriores aos incas. O taxi ficou nos esperando durante todo o passeio (aprox. 3 horas).

Na entrada do museu encontramos 2 casais de brasileiros (abraços ao Pedro, Diana, João Gabriel e Tatiana) e resolvemos rachar um guia (B$10 cada). O bilhete pra entrar nos dois museus e no sítio arqueológico custa B$80 por pessoa. O museu novo é muito bonito e moderno, com peças bem impressionantes. Vale a pena estar com um guia pra entender bem o significado das peças. No museu antigo há muitas informações sobre as diferentes civilizações que ali habitaram, especialmente a Tiwanaku. Mas o que mais impressiona, logicamente, é o sítio arqueológico. Existem três setores principais: um elevado, representando o céu (que era também representado pelo condor); um ao nível do solo (mundo terreno, representado por eles pelo puma), cercado por duas camadas de muros com pedras gigantes encaixadas; e um abaixo do nível do solo (lugar dos mortos, representado pela serpente), com representações de cabeças saindo dos muros e um elaborado sistema de drenagem.

Saímos do passeio morrendo de fome, e chegando em La Paz fomos ao Brosso. A essa altura, o cansaço do passeio se misturou com a altitude e o sol que pegamos na cara, e eu sentia uma forte dor de cabeça e algum mal-estar. Era o soroche. Eu, que fiz uma boa preparação física pra viagem, com corridas quase diárias de 5 km, senti a soroche; minha namorada que, ao contrário, não estava muito em forma, não sentiu nada. Depois de não conseguir comer todo o prato, que era muito bem servido, fomos pro hotel e dormimos. O Dorflex fez algum efeito e eu acordei bem melhor.

Fomos ao El Prado, tomamos sorvete (B$4,50 cada), comemos uma pizza no Eli's (uma grande rede de pizzarias da Bolivia, muito boa, lembra a da Domino's) e fomos procurar um supermercado pra comprar frutas (afinal, precisávamos comer coisas mais saudáveis) e outras coisinhas que se faziam necessárias (escova de cabelo, aparelho de barba, etc). O mercado ficou em aprox. B$60. Na rua, a Katria comprou uma bonita blusa de lã por B$10!!! Voltamos de taxi pro hotel (B$6) e dormimos.


PS: no Eli's eu vi uma coisa que não tinha visto nem nos meus 6 anos de SP, que é capital da pizza: uma redonda de quase 2 metros de diâmetro, coisa impressionante mesmo. Dizem eles que dá pra 12 pessoas comerem muito bem.

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