sábado, 25 de agosto de 2007

Relato D9: Valle Sagrado até Aguas Calientes

A Elisabeth nos deu as entradas pra Machu Picchu, as passagens Aguas Calientes-Machu Picchu-Aguas Calientes, as passagens de trem Ollantaytambo-Aguas Calientes-Ollantaytambo e S$30 pra pagar o hotel (achávamos que era pra segunda noite, mas era pra primeira mesmo, a segunda tivemos que pagar do bolso...).

O cara da excursão apareceu pontualmente às 08:30 no hotel. Deixamos a mochila grande no hotel, pra não ter que ficar carregando no trajeto. Embarcamos. O bus pegou mais algumas pessoas e partiu logo. O guia era bem simpático. O ônibus era confortável, novo e estava cheio de gringos, só nós dois de brasileiros. O início da estrada é o mesmo do dia anterior, passando por Manco Kapac e Puca Pucará e seguindo em frente. Não muito longe, nos deparamos com o Valle Sagrado, e o bus parou pra tirarmos fotos de um mirante. O Valle Sagrado é o vale do rio Urubamba (o rio tem vários nomes, mas esse é o que eu decorei), que fica entre belas montanhas. Machu Picchu fica em uma montanha na beira deste rio, antes deste adentrar a floresta amazônica (ele é afluente do rio Amazonas).

A primeira cidade é Pisac. Demos uma parada de 45 minutos na feirinha da cidade pra fazer compras. Dias depois eu percebi que ali tinha sido realmente um bom lugar pra comprar, com bons preços (uma camiseta, por exemplo, sai por S$10). Em seguida, fomos às ruínas de Pisac, que ficam em uma montanha perto da cidade. Muito legal. Não fica tão atrás de Machu Picchu, exceto pela conservação desta última.

Nessa hora ficou evidente que é legal fazer os passeios dessa forma escalonada: primeiro vemos umas paredes lá no centro de Cuzco, depois vemos umas ruínas maiores, vamos vendo umas mais e mais legais, até que chegamos ao auge em Machu Picchu. Acho que se vc já começa pelo principal, as outras devem ficar sem graça.

O grande barato de Machu Picchu é que ela foi abandonada (não se tem certeza do porquê) pelos incas, e os espanhóis nunca chegaram lá - por isso a alcunha de "cidade perdida". Nos primeiros séculos de ocupação, a ordem que os espanhóis tinham era de destruir o máximo possível das cidades e principalmente dos templos dos "selvagens"; quando possível, deveriam contruir igrejas no lugar. Esse, na minha opinião, é o único motivo de um lugar como Pisac não ser tão impressionante como Machu Picchu. Existem templos, terrazas a perder de vista, casas, etc. Devemos ter ficado quase 2 horas nas ruínas, com muito sobe-e-desce. Deu pra cansar bem.

O bus até Urubamba demora uns 45 minutos. É um conflito interno grande entre observar a deslumbrante paisagem ou resistir ao sono, que vem forte depois do cansativo passeio e com aquele ar-condicionado. Em Urubamba paramos pra almoçar. Um self-service a S$15 cada, mais a bebida (meio salgado pros padrões peruanos, mas valeu porque comemos pra caramba e a comida era boa).

Mais uns 45 minutos no bus e chegamos em Ollantaytambo. As ruínas lá são legais, mas não tanto quanto as de Pisac. Tem uma feirinha também. A cidade possui muitos bons hotéis e restaurantes e os preços sobem em relação ao resto do Peru - reflexo da predominância de turistas europeus que se hospedam por lá. O passeio terminou cedo, e ficamos enrolando até chegar a hora de pegar o trem, cuja estação fica a uns 1.000m do centro (descida). Pagamos S$6 em um sanduíche meia-boca de queijo com ovo.

O trem saiu pontualmente. Pena que estava escuro e não pudemos apreciar a paisagem. O trem às vezes pára pra algumas pessoas descerem, o que dá um pouco de medo, por estar noite. Fomos conversando com dois australianos. Chegando em Aguas Calientes, fomos até o centro procurar o Hotel Las Bromelias. Tinha um monte de gente com uns nomes escritos em quadrinhos, entre elas uma moça com o nosso nome. O hotel fica de frente pra praça central, mas não é muito bom, com baño coletivo. Não tivemos ânimo de tomar banho ali, ainda mais porque quem vinha do corredor conseguia ver dentro do banheiro. No dia seguinte achamos um hotel bem melhor pelo mesmo preço.

Estávamos esgotados e fomos dormir, até porque no dia seguinte teríamos que acordar às 05:00.

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